12 de maio de 2009

"Controversial" Media


2) Vício


Para estudiosos do comportamento humano, há uma diferença colossal entre assistir diariamente ao "Discovery Channel", por exemplo, e a um programa de auditório recheado de cenas de violência. Porém, seja qual for a qualidade do programa, o meio de comunicação, por si só, se consumido em excesso, é capaz de causar grandes estragos.

No caso, certas funções orgânicas do telespectador, como as faculdades cognitivas ou até as articulações e a postura é que são prejudicadas. E mais: a TV, tal qual o cigarro e o álcool, pode causar dependência.

Assim como o dependente de cocaína tem o impulso de consumir mais para manter o seu estado de euforia, o telespectador costuma sentir necessidade de ficar “agarrado” à TV para manter a sensação de relaxamento que o hábito produz.

Uns pesquisadores americanos Robert Kubey, diretor do Centro de Estudos de Media da Universidade Rutgers, e Mihaly Csikszentmihalyi, professor de psicologia na Universidade de Claremont, chegaram a esta conclusão a partir de um estudo.

Para o estudo, a dupla monitorizou as ondas cerebrais, a resistência da pele e os batimentos cardíacos de voluntários diante da televisão. A sua principal contribuição foi explicar o que faz as pessoas tornarem-se escravas da televisão.

Quando assiste à TV, a pessoa sente-se relaxada, mas essa sensação perde-se logo que o aparelho é desligado. Porém o estado de passividade e de diminuição de atenção permanecem.
Mas, claro, a televisão informa, diverte, entre outros atributos. E nem todos fãs da TV são viciados. Saber como se dá o poder de atracção da TV sobre o telespectador pode ajudá-lo a saber controlar-se.

O tempo considerado ideal para manter corpo e mente ilesos dos danos que o excesso de TV pode causar é de uma hora diária, em média, segundo diversos estudos.

Em entrevista por e-mail ao Equilíbrio, Robert Kubey alerta: "Se as pessoas assistirem televisão cerca de três horas por dia, quando chegar aos 75 anos, terá gasto nove anos inteiros da sua vida a ver TV. E, se dorme oito horas por dia, terá permanecido acordado apenas 50 dos 75 anos".
Segundo levantamento da ONU, 93% das crianças do mundo têm acesso à TV. E elas passam pelo menos 50% mais tempo ligadas ao aparelho do que em qualquer outra actividade não escolar. Mas a TV não pode ser considerada o bicho-papão que "estraga" as crianças.
Em excesso durante a infância, pode afetar o cérebro e provocar dificuldades de aprendizado e atenção.

Um estudo do pesquisador Erik Landhuis, da Universidade de Otago, em Dunedin (Nova Zelândia), publicado na revista americana Pediatrics avaliou mil jovens de 15 anos e comparou o tempo que ficavam na frente da TV com a capacidade de se concentrarem.

Espantosamente, descobriu que quando estes adolescentes tinham entre 5 e 11 anos gastavam em média duas horas por dia a TV. Entre os 13 e os 15 anos essa média subiu para três horas diárias, e foi o suficiente para aumentar em 40% os problemas de atenção.

O autor sugere que a TV hiperestimula o cérebro e faz com que se perca o hábito de prestar atenção em actividades que exigem uma concentração maior, tais como ler, jogar xadrez ou assistir às aulas. Assistir TV faz com que a criança se sinta atraída pelo aparelho a ponto de criar um grau de dependência.

A área ligada a dependência de drogas ou álcool, pode estar também ligada a actividades como assistir televisão, navegar na internet e jogos no computador.

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